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Biologia e Comportamento dos Escorpiões



A Ordem Scorpiones compreende cerca de 1.500 espécies em todo o mundo, representando apenas 2% das espécies da Classe Arachnida e 0,2% do Filo Arthropoda.


Mas como um grupo tão pequeno pode ser tão relevante?


Os escorpiões têm grande importância, especialmente no Brasil, devido ao impacto significativo na saúde pública. Em 2022, foram registrados mais de 183 mil acidentes com escorpiões no país, com 92 mortes confirmadas, segundo dados do Ministério da Saúde.


Essa relevância se deve também à sua notável capacidade de adaptação, reprodução por partenogênese (sem necessidade de macho) e à dificuldade de controle por meio dos métodos tradicionais de manejo.


Figura: Mapa mental elaborado pelo autor – Ricardo Gattás.
Figura: Mapa mental elaborado pelo autor – Ricardo Gattás.

No Brasil, existem cerca de 160 espécies de escorpiões, sendo apenas quatro de maior importância para a saúde pública. Todas pertencem à família Buthidae e ao gênero Tityus.


Figura: Mapa mental elaborado pelo autor – Ricardo Gattás.
Figura: Mapa mental elaborado pelo autor – Ricardo Gattás.

O ciclo de vida do gênero Tityus está descrita na figura abaixo:


Figura: Ciclo de vida elaborado pelo autor – Ricardo Gattás.
Figura: Ciclo de vida elaborado pelo autor – Ricardo Gattás.

Originariamente, os escorpiões viviam nos oceanos, porém, por volta de 430 milhões de anos atrás, eles se migraram e se adaptaram no ambiente terrestre. Hoje, todos os escorpiões são terrestre e não há escorpiões vivendo em ambiente marinho.


Para que houvesse essa transição do ambiente marinho para ambiente terrestre foram necessárias várias adaptações que estão descritas na figura abaixo:

 


Figura: Elaborado pelo autor – Ricardo Gattás.
Figura: Elaborado pelo autor – Ricardo Gattás.

Praticamente não houve alterações na morfologia dos escorpiões desde sua adaptação ao ambiente terrestre.

A seguir, apresenta-se sua morfologia externa:


Figura: de Polis (1990) Lourenço (2002) e J. S. Araújo e adaptada pelo autor Ricardo Gattás.
Figura: de Polis (1990) Lourenço (2002) e J. S. Araújo e adaptada pelo autor Ricardo Gattás.

Fisiologia dos Escorpiões:


1.     Sistema Nervoso

·         Tipo ganglionar e descentralizado, com cérebro simples, gânglios ventrais e órgãos sensoriais.

·         Funções: coordenação motora, percepção do ambiente e resposta a estímulos.

·         Estruturas sensoriais: pelos e pentes (órgãos ventrais que detectam vibrações no solo).


2.     Sistema Digestivo

·         Quelíceras trituram e liberam enzimas digestivas do intestino médio, promovendo digestão extracorpórea.

·         Alimentam-se exclusivamente de líquidos (predadores carnívoros).

·         Digestão lenta: até 2,5 horas para digerir uma mosca varejeira.

·         Alta resistência ao jejum: Tityus serrulatus pode sobreviver até 400 dias sem alimento; porém, após 140 dias, a mortalidade pode atingir 50%.


3.     Sistema Excretor

·         Resíduo nitrogenado principal: guanina (forma sólida, não solúvel), reduzindo perda de água.

·         Órgãos excretores:

o    Túbulos de Malpighi: filtram a hemolinfa e removem resíduos.

o    Glândulas coxais: eliminam secreções pela base das pernas.

·         Adaptação eficiente à vida em ambientes áridos.


4.     Sistema Respiratório

·         Quatro pares de pulmões foliáceos, localizados entre o 3º e 6º segmento do mesossoma, acessados por estigmas controlados por opérculos.

·         Baixo consumo de oxigênio, compatível com seu comportamento sedentário.

·         Capacidade de fechar estigmas para reduzir a perda de água.

·         Sistema eficiente, mas ainda com perda hídrica por exposição de superfícies respiratórias úmidas ao ar.


5.     Sistema Circulatório

·         Sistema aberto (hemolinfático), com coração tubular central que percorre o mesossoma.

·         Artérias ramificadas distribuem nutrientes e gases aos órgãos.


6.     Sistema Reprodutor

·         Vivíparos: filhotes se desenvolvem dentro da mãe, recebendo nutrientes diretamente dela.

·         Partenogênese: espécies como T. serrulatus e T. stigmurus se reproduzem sem machos.

·         Reprodução contínua: ocorre ao longo do ano, especialmente nas espécies partenogenéticas.

·         Comportamento reprodutivo:

o    Cortejo com “massagem queliceral” e caminhada guiada.

o    Deposição de espermatóforo no solo, que a fêmea absorve pelo opérculo genital.

·         Diapausa reprodutiva: bloqueio da gestação em períodos secos, retomada com aumento da umidade.


Afinal, os escorpiões podem ser controlados e eliminados por empresas de controle de pragas? Qual legislação ampara essa prática?


Sim, podem.


Controle de Escorpiões e Amparo Legal

  • Base legal: A Instrução Normativa IBAMA nº 141/2006 determina que a declaração de nocividade deve, sempre que possível, seguir protocolos dos Ministérios da Saúde, Agricultura ou Meio Ambiente.

  • Classificação formal: Não há protocolo específico que classifique os escorpiões como fauna sinantrópica nociva.

  • Reconhecimento oficial: O Manual de Controle de Escorpiões, do Ministério da Saúde, reconhece a importância do manejo desses animais devido aos riscos que representam à saúde pública.

  • Justificativa para o controle: Mesmo sem classificação formal, as orientações do Ministério da Saúde conferem respaldo técnico e institucional para ações de controle e manejo de escorpiões.

 

 

Eu posso ajudá-los com melhorias na gestão do controle de pragas.

 


 
 
 

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