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Foto do escritorRicardo Gattas

Desafios na Proteção de Alimentos: Perfuração de Filmes Plásticos por Insetos

Atualizado: 1 de ago.



Segundo a revista Valor Econômico de 22/02/2022, o mundo produziu 460 milhões de toneladas de plástico em 2019, com menos de 10% desse volume sendo reciclado. Apesar desse impacto ambiental, o foco deste texto é a perfuração de embalagens de alimentos por insetos.


Os filmes plásticos oferecem proteção contra danos externos causados por manuseio, impactos e ataques de micro e macro-organismos, como insetos. Além disso, protegem produtos alimentícios de alterações na composição causadas por reações enzimáticas patogênicas ou não patogênicas, como oxidação, hidrólise de lipídios, escurecimento e degradação de vitaminas. Esses filmes também protegem contra variações na umidade, temperatura e ação da luz.


Atualmente, a indústria utiliza mais de 30 tipos diferentes de filmes plásticos, sendo os mais comuns o polietileno, o polipropileno e o poliéster.


Recentemente, houve um aumento no uso de filmes multicamadas complexas, que frequentemente combinam plásticos com materiais como alumínio e papel, para obter os benefícios específicos de cada tipo de material.


Os insetos e ácaros são capazes de localizar e penetrar qualquer falha na embalagem e se reproduzem com rapidez. Uma população residual dispersa no local de armazenamento serve como fonte de novos ataques. Muitas espécies de pragas liberam feromônios que atraem indivíduos do sexo oposto. Após o início da reprodução, a população pode crescer de vinte a trinta vezes por mês. Em condições favoráveis, as espécies de ácaros podem ter um crescimento ainda mais acelerado. [1]


Riudavets, Salas e Pons [2] desenvolveram uma pesquisa para descrever e comparar a morfologia dos danos produzidos por três importantes espécies de pragas que afetam produtos armazenados: Rhyzopertha dominica, Sitophilus oryzae e Lasioderma serricorne, em diferentes tipos de filmes plásticos usados para embalagens de alimentos.



Fonte foto acima: [2]


Considerações que quero destacar:

  1. A análise dos danos em filmes plásticos permite identificar o lado de entrada dos insetos com base nas diferenças na aparência dos danos.

  2. O estudo com adultos de Rhyzopertha dominica revelou que os danos ao redor dos furos são mais evidentes no lado de entrada e menos pronunciados no lado de saída.

  3. Furos que mostram o movimento dos insetos para dentro da embalagem indicam contaminação cruzada após o processo de embalagem.

  4. Furos que mostram o movimento dos insetos para fora da embalagem sugerem que a contaminação ocorreu antes do processo de embalagem, nas instalações da fábrica.

  5. O polietileno, mais macio e flexível, mostrou filamentos cobrindo os furos, enquanto o polipropileno é mais duro e resistente à tração, e o poliéster é altamente resistente à tração e muito duro.

  6. Todas as três espécies de insetos conseguiram penetrar filmes multicamadas, incluindo uma folha de alumínio de 7 µm, embora o dano à folha de alumínio fosse menor e os furos menores.

  7. Larvas de pragas como Rhyzopertha dominica e Lasioderma serricorne têm depósitos de zinco e/ou manganês nas mandíbulas que aumentam sua capacidade de penetrar sementes, e portanto, embalagens. [3]

  8. Em filmes plásticos multicamadas, o tamanho dos furos não dependia do tamanho dos insetos, sendo todos de aproximadamente 1 mm, e muitos furos eram menores que a largura dos insetos, sugerindo flexibilidade dos mesmos.

  9. Um furo causado por uma espécie pode ser explorado por outras para sair da embalagem ou invadir o produto, exigindo métodos adicionais para determinar a origem da contaminação com precisão.


Em outro estudo [4], pesquisadores avaliaram a capacidade de penetração e o percentual de contaminação de onze espécies de insetos pragas em diferentes polímeros flexíveis e espessuras.


Utilizando larvas e adultos, observaram que as larvas em estágio inicial, com mandíbulas pequenas, tinham dificuldade para perfurar as embalagens, enquanto as larvas em estágio avançado, com mandíbulas mais fortes, conseguiam penetrar as embalagens com mais eficácia.


O estudo mostrou que a mudança para um estágio de desenvolvimento mais avançado aumentava a capacidade dos insetos de perfurar os materiais.


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[1] BELL, C.H. Insect and mite penetration and contamination of packaged foods. In: Food and Beverage Stability and Shelf Life. Woodhead Publishing, 2011. p. 106-131.

[2] RIUDAVETS, J.; SALAS, I.; PONS, M. J. Damage characteristics produced by insect pests in packaging film. Journal of Stored Products Research, v. 43, n. 4, p. 564-570, 2007.

[3] MORGAN, Thomas D., et al. Metals in mandibles of stored product insects: do zinc and manganese enhance the ability of larvae to infest seeds?. Journal of stored products research, 2003, 39.1: 65-75.

[4] ALLAHVAISI, S.; POURMIRZA, A. A.; SAFARALIZADE, M. H. The study on polymers permeability for foodstuffs packaging by some serious species of stored pest insects and phosphine gas. 2010.

 

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Tecpest

Gestão em Controle de Pragas Urbanas

 

Ricardo B. Gattás

Engº Agrônomo especialista em Entomologista Urbana.

Consultor Técnico em Controle de Pragas Urbanas.

 

Toda semana publicarei um texto sobre Controle de Pragas Urbanas. Você pode ver esse e outros artigos no meu site: tecpest.com

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